sábado, 26 de julho de 2008

Humpf

Umas músicas que publiquei no Jamendo (estão num post) foram utilizadas num filme independente francês chamado Icare. Tudo bem, grande coisa, não tinham só as minhas músicas... Mas contei à algumas pessoas, pois para mim foi um fato muito legal. Gravei, publiquei e alguém se interessou... Acesso Livre funciona para o que se propõe.
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Quase todas as pessoas para quem contei fizeram de cara a mesma pergunta:
"Vai ganhar em Euros?"

Bom, quem não me conhece, pode achar que eu espero ganhar algo com música, mas quem me conhece sabe que não espero nem mereço ganhar um centavo com minhas músicas...

Aí vem a motivação desse post: Trabalho x Passatempo.
Se acaso eu tivesse ganhado algum dinheiro por causa das músicas no filme, meu passatempo estaria prestes a se tranformar em trabalho? Se eu começasse a querer sempre ganhar dinheiro com música, acabaria por fazer música pensando nisso...
Não quero transformar meus momentos de prazer musical em trabalho! Isso acaba com a mágica de tudo que gostamos, mesmo que por um lado traga a mágica de ganhar dinheiro, que nunca é demais!..

Há quem sonhe em ter um passatempo remunerado, eu mesmo, às vezes, porém, apenas uma linha muito tênue separa o passatempo remunerado do trabalho (e todas as atribuições inconvenientes que essa palavra traz consigo).

É um perigo transformar coisas que fazemos por prazer num negócio rentável, prostituirmos nossos passatempos é ruim, porque quando se transforma um passatempo em trabalho, qual será nosso passatempo?
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Hei! Eu bem que poderia ter ganhado uma passagem pra frança!
Viajar não seria um mau novo passatempo!
He-he

domingo, 13 de julho de 2008

Django Reinhardt

Conheci Django numa noite no rio de janeiro. Eu deveria ter uns 16 anos ou menos e estava sem sono. Liguei a televisão e coloquei num sistema brasileiro de TV, onde passava um filme chamado “Swing Kids”. O legal desses nossos tempos modernos de tecnologias espaciais como televisão e forno de microondas é que os conceitos espaço e tempo acabam deixando de ser empecilho. Claro, tempos atrás eu poderia provavelmente conhecer Django, a partir de um amigo, conhecido, ou seja, não durante a caminhada solitária pela longa estrada de informação – ou desinformação - que a televisão nos proporciona. Retomando o filme, não, não era um filme sobre jovens que praticam "Swing" (troca de casais) com intuito de apimentar a relação ou a competição, ele conta a história de um movimento de jovens alemães na década de 30 que “compraram” o “american and british way of life”, por ouvir Jazz & Swing, contrariando o que o regime totalitário alemão queria para seus jovens, futuros nacionalistas... Um dos personagens, o “Arvid”, interpretado se não me engano, por Frank Whaley, era violonista, além de manco, e adorava Django Reinhardt. As músicas tocadas no filme me despertaram interesse pelo autor e fui à procura de informação extra, que, claro, a internet me proporcionou - com uma certa resistência...tempos de inet discada...
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Se você, e-leitor, curte música instrumental, violão e as vertentes menos rebuscadas e sincopadas do Jazz, Django é uma boa pedida, suas gravações até que são boas, levando em consideração a data, e seu jeito de tocar é inimitável. Melodias interessantes, swing fora do comum, uma criatividade que só um mestre do improviso poderia demonstrar. Conta-se inclusive que André Segóvia (violonista clássico famosíssimo, acho que foi quem implementou o uso de cordas de nylon nos violões) espantou-se com Django, um mero cigano francês, quando numa apresentação conjunta, percebeu que o francês não utilizava partituras...

Não darei detalhes biograficos acerca do violonista em questão, nem links para músicas em mp3, isso há aos montes pela internet, fica a cargo seu, e-leitor buscar ou não. Mas deixo uma dica: Se ouvir Django, e curtir, existe um violonista mais recente, também francês, de nome Bireli Lagrene, que consegue administrar com maestria o tesouro deixado de herança pelo cigano...