domingo, 13 de julho de 2008

Django Reinhardt

Conheci Django numa noite no rio de janeiro. Eu deveria ter uns 16 anos ou menos e estava sem sono. Liguei a televisão e coloquei num sistema brasileiro de TV, onde passava um filme chamado “Swing Kids”. O legal desses nossos tempos modernos de tecnologias espaciais como televisão e forno de microondas é que os conceitos espaço e tempo acabam deixando de ser empecilho. Claro, tempos atrás eu poderia provavelmente conhecer Django, a partir de um amigo, conhecido, ou seja, não durante a caminhada solitária pela longa estrada de informação – ou desinformação - que a televisão nos proporciona. Retomando o filme, não, não era um filme sobre jovens que praticam "Swing" (troca de casais) com intuito de apimentar a relação ou a competição, ele conta a história de um movimento de jovens alemães na década de 30 que “compraram” o “american and british way of life”, por ouvir Jazz & Swing, contrariando o que o regime totalitário alemão queria para seus jovens, futuros nacionalistas... Um dos personagens, o “Arvid”, interpretado se não me engano, por Frank Whaley, era violonista, além de manco, e adorava Django Reinhardt. As músicas tocadas no filme me despertaram interesse pelo autor e fui à procura de informação extra, que, claro, a internet me proporcionou - com uma certa resistência...tempos de inet discada...
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Se você, e-leitor, curte música instrumental, violão e as vertentes menos rebuscadas e sincopadas do Jazz, Django é uma boa pedida, suas gravações até que são boas, levando em consideração a data, e seu jeito de tocar é inimitável. Melodias interessantes, swing fora do comum, uma criatividade que só um mestre do improviso poderia demonstrar. Conta-se inclusive que André Segóvia (violonista clássico famosíssimo, acho que foi quem implementou o uso de cordas de nylon nos violões) espantou-se com Django, um mero cigano francês, quando numa apresentação conjunta, percebeu que o francês não utilizava partituras...

Não darei detalhes biograficos acerca do violonista em questão, nem links para músicas em mp3, isso há aos montes pela internet, fica a cargo seu, e-leitor buscar ou não. Mas deixo uma dica: Se ouvir Django, e curtir, existe um violonista mais recente, também francês, de nome Bireli Lagrene, que consegue administrar com maestria o tesouro deixado de herança pelo cigano...

3 comentários:

Gabriel Poeys disse...

Sinto em vc um certo pé atrás em relação às facilidades da 'web way of life'!!
Nunca ouvi este cara, pois no Sistema Brasileiro de Televisão resumo-me a assistir el Chavo!só.
Se eu tivesse uma internet descente eu baixaria um albúm desse cara!
Gravar e escrever...a diferença é técnica, somente!

Gabriel Poeys disse...

The Colour and The Shape
Um primor!

Arquivo-Arquivo disse...

Caro leitor, não tenho um pé atrás com as facilidades da "web way of life", muito pelo contrário! Acredito tanto nela e nos usuários dela (aí nem tanto, eheh) que não acho necessário facilitar a busca por mais informções, pois cada busca na inet é um jornada por uma encruzilhada de links que levam o web pesquisador a paradeiros não imaginados no início da busca...