segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Etiqueta que não vem em roupa

Nunca liguei muito para etiqueta nas roupas nem à mesa, na realidade, em lugar algum. Sempre pensei que a melhor educação é a descomplicada, direta e sincera, ou seja, errada. Para mim sempre foi secreto o código secreto dos talheres no prato, que dependendo da combinação e posição, podem significar desde a satisfação em comer, uma promessa de casamento ou ameaça terrorista, só para citar alguns. Manobras estéticas com talheres são um perigo semântico.
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Aconteceu outro dia no lugar onde estagio, algo bizarro com relação à normas de etiqueta que me motivou a escrever esse post. Faço estágio numa empresa que tem muitos "gringos" trabalhando e a maioria deles domina muito mal a nossa língua e, principalmente, nossa cultura. Um colega de trabalho foi almoçar na copa, que é numa parte bem acessível do andar, quando passou por ele um dos meus chefes (sou estagiário, só tenho chefes) que é (lusitanicamente falando) estadunidense. Esse colega estava desembrulhando a comida que acabara de chegar, e, por norma de etiqueta, ao ver o gringo passando soltou: "Tá servido?"
O norte-americado, não entendeu muito bem o porquê de alguém estar oferecendo comida, mas foi lá conferir o prato e aceitou!
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Não sabia ele que o primor da educação tupiniquim é oferecer a comida esperando recusa. Esperando não, estando certo disso! Costume estranho e inútil, diga-se de passagem, o azar do cara que trabalha comigo, que teve que explicar, completamente sem jeito, que o certo é negar quando oferecem comida...

Pronto, agora o gringo deve achar que descobriu a causa da fome no brasil! Tsc.
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Um comentário:

Gabriel Poeys disse...

a causa da fome no brasil são manobras estáticas ou estéticas com talheres, que já na entrada são um perigo semântico.